In urban environments, domestic dogs (Canis familiaris) are a major reservoir for the parasite Leishmania infantum. Miltefosine has been used as the standard treatment for canine visceral leishmaniasis in Brazil. However, therapeutic failures have been reported. In the present study, two dogs (CG03 and CG06) with a diagnosis of infection by L. infantum underwent two cycles of treatment with miltefosine (Milteforan™ - Virbac®). Analyses showed increases in the parasite load of both CG03 and CG06, even after treatment. The clinical score of CG03 dropped from 1 to 0 (after one round of treatment), such that this dog became asymptomatic. CG06 showed clinical worsening, such that its score increased from 1 to 2. After the second therapeutic round, the parasite load in CG03 was found to have decreased, but it was still higher than before drug treatment even though this dog was physically asymptomatic. There was no decrease in the parasite load in CG06 and there was clinical worsening. The clinical response of these dogs to the treatment differed, but the parasite load remained high in both cases, which poses a risk to public health, making it essential take measures to prevent the sandfly vector from accessing the dog.
Em ambientes urbanos, o cão doméstico (Canis familiaris) é um importante reservatório do parasito Leishmania infantum. Desde 2016, a miltefosina é utilizada como tratamento padrão para leishmaniose visceral canina no Brasil, porém falhas terapêuticas têm sido relatadas. Dois animais (CG03 e CG06) com diagnóstico confirmado de infecção por L. infantum foram submetidos ao tratamento com miltefosina (Milteforan™ - Virbac ®) durante dois ciclos. As análises mostraram aumento significativo na carga parasitária da pele de CG03 e CG06, mesmo após o tratamento com miltefosina. O “score” clínico do CG03 caiu de 1 para 0 (após uma rodada de tratamento), apresentando-se assintomático. Por outro lado, CG06 apresentou piora clínica, com sua pontuação aumentando de 1 para 2. Após duas rodadas terapêuticas, a carga parasitária diminuiu no CG03, mas ainda era maior do que antes do tratamento. O animal ainda se apresentava fisicamente assintomático. Não houve diminuição da carga parasitária de CG06, porém houve piora clínica. Sendo assim, o animal foi encaminhado para eutanásia. A resposta clínica dos animais foi diferente em resposta ao tratamento, mas a carga parasitária permaneceu elevada em ambos os casos, o que oferece risco à saúde pública, tornando essencial medidas para evitar o acesso do vetor flebotomíneo ao cão.